O Corinthians tem um reforço "caseiro" para a disputa da Conmebol Libertadores em 2023, ao menos na opinião do goleiro Cássio. Para ele, o garoto Pedrinho, de 17 anos, é o melhor atleta da base a ser promovido desde que o camisa 12 chegou ao Timão.
– São meninos que treinam muito. Para mim, o Pedrinho tem tudo para ser o melhor jogador de base desde que estou aqui. Excepcional. Nível de treino, comprometido, treina muito, dedicado. Menino da base que eu vi melhor. Mais preparado. Dedicação. Espero que siga assim. Temos muita confiança. Vamos apenas dar suporte, o mérito é deles. Meninos de muita qualidade. Temos que ajudar. Quando chegar a hora, vão dar a resposta. Pedrinho entrou bem contra o Ituano. Quando precisar, vão entrar e ajudar a equipe – disse o goleiro, durante entrevista coletiva no CT Joaquim Grava, nesta terça-feira.
Pedrinho foi convocado à seleção brasileira sub-20 para a disputa de três amistosos na Espanha, entre os dias 15 e 27 de abril, o que o faria perder quatro jogos do Corinthians entre Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.
O Timão não deve liberá-lo, mas oficialmente diz ainda não ter tomado a decisão e pretende antes conversar com a CBF e o técnico Ramon Menezes.
Também foram convocados para os mesmos amistosos o meia Guilherme Biro e o atacante Giovane. Estes dois, ao contrário de Pedrinho, têm mais chances de serem liberados pelo Corinthians para a disputa dos jogos em território europeu.
– Alessandro (Nunes, gerente de futebol) vai conduzir bem. Difícil dar opinião. Eu fui convocado quando era mais jovem para a disputa do Sul-Americano sub-20 e na época o Grêmio me liberou, mas eu era o terceiro goleiro. Aqui vai fazer falta, claro que faz, não tem como falar outra coisa, mas o veredito, a decisão, isso é do Alessandro, é ele quem vai decidir.
O Corinthians estreia na Libertadores nesta quinta-feira, em Montevidéu, no Uruguai, contra o Liverpool, pela primeira rodada do Grupo E, às 19h (de Brasília).
Para Cássio, embora o Corinthians não tenha feito grandes contratações para a temporada, os garotos da base podem fazer a diferença a favor da equipe. Por ora, chegaram apenas os atacantes Romero e Chrystian Barletta e o lateral-esquerdo Matheus Bidu.
– Uma contratação dessas equipes dá mais que o investimento do ano todo do Corinthians. Eles têm investido mais e isso não é uma crítica à diretoria do Corinthians. Mas temos time, somos o Corinthians. Barletta fez um grande Paulistão pelo São Bernardo. Vai nos ajudar. Os meninos que vieram do Mundial Sub-20 têm muita qualidade. Biro, Pedrinho, Giovane.
Pedrinho em treino do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
– Não adianta ficar olhando para os rivais. Outro ano, outra situação. Com ou sem contratações, temos que confiar e acreditar no nosso elenco para fazer um grande ano. Não é uma desculpa, mas tem contratações sendo feitas fora da realidade do futebol brasileiro. Mas precisamos brigar de igual para igual – resumiu.
Confira outros pontos da entrevista coletiva de Cássio:
Começo ruim de Libertadores em 2020 e 2022
– Temos que aprender com os erros. Jogo teoricamente ganhar e decidir em casa. Acabamos empatando, decidir fora de casa. Serve de aprendizado. Não vai ser fácil. Temos que nos impor, começar bem. É importante. Tivemos outras situações. Fomos com a guarda baixa e acabamos nos complicando. Começar bem apesar das dificuldades. Sem desmerecer. Buscar os três pontos em todos os jogos.
– Temos que estar ligados, não entrar nisso do Liverpool ser menos badalado e conhecido. Temos que entrar ligados. Não ganhamos uma partida que teoricamente tínhamos que ganhar e tivemos que decidir na Bombonera. Tirar lições para que não se repita. Entrar com a guarda baixa pode nos complicar, temos que somar o maior número de pontos.
Caminho na Libertadores
– O caminho é difícil, mas temos que encarar de frente a situação. É fazer um grande campeonato, estar entre os melhores. Temos um elenco, com mais de 11 jogadores, precisamos nos impor como Corinthians. É um dos grandes do futebol. Não adianta falar de título estando na primeira fase. Primeiro, é classificar bem. Nossa meta é fazer uma fase de grupos boa e conseguir a classificação.
Tempo sem jogo
– Honestamente, é ruim. Treinamos muito. Quando joga, tem rimo. Ruim no sentido de não ter jogo. Conversamos, tivemos muita cobrança por parte do Fernando para melhorar em coisas que precisamos. Meninos da base, Barletta. Os meninos estão em nível melhor. No futuro, podem ser usados. Diferente de outros anos, vejo os meninos mais preparados. Barletta vem se adaptando. Agregou para o elenco, vão ajudar, sim. Agora é um monte de jogo, vamos em busca de vitórias, classificações. Olhando para o elenco, é trabalhar forte para dar sequência e ter bom segundo semestre.
Defesa exposta
– Tem que estar preparado para defender duas ou três bolas, têm vindo menos bolas em comparação com o ano passado. É sempre preciso ajustar. Evoluir. Defendi menos bolas, mas são menos jogos. Agora vão começar competições de nível maior. Vindo ou não bola, temos que melhorar e evoluir como equipe. Muitas vezes, falamos só defensivamente. Mas para defender bem, precisamos de todos. Temos que evoluir. É bom chegar no fim do jogo e não ter tomado gol. Sair zerado. Eu me cobro. Evoluir e tomar poucos gols.
Invasão ao CT Joaquim Grava
– Se há o respeito, tudo bem. Mas não é a forma mais correta. Você gostaria que invadissem sua casa? A gente sempre teve elo de conversa. Mesmo em momentos complicados. Muitas vezes tivemos cobranças. Sempre conversamos. Esse caminho de invasão nunca é o certo. Não falo só pelo Corinthians. Está acontecendo com muita frequência. Parece que está aumentando, parece que é normal, mas não pode ser. Sempre tivemos o respeito, conversamos próximos. Não houve agressão. Vieram, falaram e foram embora. Mas não acho que a invasão seja o melhor caminho. Voltando agora, a Fiel vai estar conosco. Ficou no passado. No futebol, temos que olhar o que pode ser feito.
Grupo mais equilibrado?
– Honestamente? O que vier nós vamos para cima. Todos os grupos da Libertadores são complicados. Não se enganem por nome de equipe ou por não ter jogado com frequência. O mesmo respeito que tenho pelo Liverpool, tenho pelos outros times. Somos o Corinthians. Temos que ir em busca da classificação. Se queremos uma segunda Libertadores, temos que encarar de frente e ir à luta com eles.
Conversou com Lázaro para passar experiência a ele?
– Não teve. Ele já participou como auxiliar, analista, tem experiência até pelos técnicos com quem trabalhou. Tem nos cobrado muito nos treinos. A cobrança de melhora quando caímos para o Ituano. Postura de treinador. Não preciso dizer nada a ele. Foi em Copa do Mundo, passou com grandes nomes. Acho que ele está bem preparado para o desafio.
Postura fora de casa
– Temos que melhorar, está abaixo. Melhorar desempenho e começando por esse jogo fora de casa. Buscar pontos fora de casa faz o time brigar entre os primeiros. Perdemos para o Atlético-GO fora de casa e depois foi complicado. Fluminense, também. Serve de aprendizado. Temos que melhorar os números fora de casa. Temos que ter resultados melhores. Evoluir para brigar por títulos, Libertadores. Ter regularidade para brigar por títulos.
Ritmo de jogo e time titular
– Sempre sei o time titular. Aí já entra o mérito de cada treinador, cada um tem seu método de gestão. Tenho certeza que esse tempo de treino serviu para ele olhar para outros jogadores. Foram muitos bons os dias de treinos. Acho que o time chega preparado. Variar a equipe não cabe a mim. Serão muitos jogos e todos precisam estar preparados.
Libertadores de 2012
– Lá atrás, o que fez eu ser titular até hoje é estar preparado. Eu era o terceiro goleiro, mas treinava em alto nível. Eu era um menino daquele time. Eu e Paulinho. Éramos novos, o resto era carimbado. Fui muito bem recebido. Júlio César às vezes não tem o respeito que merecia, saiu da base, foi campeão. Foi um peso substituí-lo. Cara do bem, comprometido com o trabalho. O grande fator foi estar preparado, pronto. Vamos trabalhar para buscar a segunda Libertadores. Focar. O primeiro objetivo é classificar. Fazer um jogo melhor do que outro. Vamos trabalhar em busca dessa vaga. Tentar brigar pelo título quem sabe.
Água Santa x Palmeiras na final do Paulistão
– Às vezes, vejo, sim. Quem tem filho sabe como é. Não sou esse cara que fica na frente da televisão torcendo contra. Conseguimos coisas boas quando desejamos coisas boas. Vejo, lógico, às vezes vê um jogo do rival que vai enfrentar. Parabenizar o Água Santa pelo grande campeonato. Carpini tem feito grandes campanhas, pegou times sem expectativas. No futuro, vamos vê-lo em clubes de Série A. Sabemos o quanto é difícil campeonato. Excelente torneio. Que vença o melhor.
Elenco melhorou de 2015 para cá?
– O elenco não mudou tanto, agregou no elenco. Não só 11 jogadores apenas. Daqui a pouco, até vamos ter problema sobre quem levar para o jogo pelo nível bom dos jogadores. Quando está disputando ano a ano, a chance de ir em busca de um título aumenta. Tira coisas boas dos erros recentes do passado. Disputar e olhar para o elenco, nos faz acreditar. Foco na primeira fase. Jogo a jogo. Pontuar bem. Temos que tirar coisas boas.
O que passa para os meninos da base que são goleiros?
– Treino no meu limite todos os dias, faço meu melhor em campo, me cuido. Isso é o melhor jeito de ser exemplo. Conversar é bom, mas trabalhar no máximo é exemplo. Essa é a melhor situação que posso passar para eles. Cadu, Felipe, Kauê, que já esteve na Seleção. O Donelli, Carlos. Bem servido.
Dividir a liderança com Renato Augusto e Paulinho
– Não só nós, mas o Fábio Santos, Fagner, Gil, Balbuena, uma série de jogadores que contribuem muito. Roni, Giuliano, muitos caras que ajudam. Renato em qualquer time faria falta. Jogador de alto nível. Alto padrão. Jogador fora da curva, que faria falta em qualquer time. Jogador diferenciado. Na minha opinião, faz falta em qualquer time.
Fonte/Créditos: ge.globo.com
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