Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente a segunda caixa com joias – relógio, caneta, anel, abotoaduras e um masbaha (tipo de rosário) – trazidas da Arábia Saudita por integrantes de seu governo. É o que comprovam documentos oficiais que vão na contramão da tese de defesa do ex-presidente.
No Jornal da Globo, Julia Duailibi analisou a confusão entre público e privado, ressaltando que o caso foi na contramão de uma decisão de 2016 do Tribunal de Contas da União, uma vez que as joias entraram no Brasil ilegalmente.
“É muito clara a decisão do TCU, que diz que ‘devem ser incorporados ao patrimônio da União todos os presentes recebidos em viagens oficiais’. Todos os presentes. É impossível ser mais claro.”
Julia falou também da sua apuração sobre os próximos passos da investigação. O escândalo das joias sauditas envolve investigações por parte de Receita Federal, Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal e Polícia Federal, que deve ouvir Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e o ex-ministro Bento Albuquerque.
“Há uma discussão de como cada um será ouvido, se na condição de investigado ou testemunha. Se for como testemunha, não pode mentir. E se for como investigado, não precisa produzir prova contra si mesmo.”
Seguindo a mesma lógica da decisão de 2016, o TCU também recomendou, poucos dias atrás, a uma penca de ministros de Bolsonaro que devolvam relógios de luxo – da marca Cartier – que eles ganharam depois de uma visita ao Catar em 2019.
TCU recomenda que ex-ministros de Bolsonaro devolvam relógios de luxo recebidos numa visita ao Catar em 2019 — Foto: Reprodução/Jornal da Globo
“Essa informação só veio a público porque um deles, Caio Megale, acabou desconfiando se podia ou não podia ficar, aí fez um questionamento, e isso foi parar no Tribunal de Contas da União”, disse Julia, referindo-se ao ex-chefe da Assessoria de Relações Institucionais do governo Bolsonaro.
Fonte/Créditos: g1.globo.com
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