O ato de filiação de Marta Suplicy ao PT (Partido dos Trabalhadores) ocorreu na noite desta sexta-feira, 2, na Casa de Portugal, localizada no bairro da Liberdade, centro de São Paulo. O evento teve presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do pré-candidato à Prefeitura da cidade Guilherme Boulos (PSOL).
A ex-prefeita aceitou o cargo de vice na chapa com o psolista após uma conversa com o presidente Lula no dia 8 de janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Para isso, ela se demitiu do cargo como secretária de Relações Internacionais da gestão de Ricardo Nunes (MDB), concorrente à reeleição e principal rival de Boulos, no dia seguinte. Ela explicou que tomou essa decisão no intuito de acabar com o bolsonarismo na capital paulista.
Na cerimônia, Marta disse que está emocionada por retornar ao PT. “Agora mais do que nunca trabalharemos juntos”, destacou.
“São Paulo precisa de um governo que pense na cidade, na necessidade econômica e social, mas sempre com olhar atento aos mais excluídos. Assim como eu, todos nós estamos comprometidos com o desafio de transformar São Paulo no bastião de resistência democrática”, acrescentou
“Você saiu do PT, mas as pessoas até hoje te reconhecem como a Dona Marta do PT”, disse Gleisi Hoffmann, ao relembrar os feitos que a ex-prefeita fez durante sua gestão.
Ao discursar durante o ato, o pré-candidato Guilherme Boulos deu “boas-vindas à chapa vencedora (da cidade de São Paulo)”. “Quando a Marta decidiu integrar o nosso projeto, ela fez pela consciência de uma missão: temos que, em outubro deste ano, derrotar o bolsonarismo na maior cidade do País. E a ela veio para construir essa frente ampla, porque o desafio é gigante”, completou.
O psolista ressaltou que deseja ganhar as eleições municipais de 2024, “porque devolver a cidade de São Paulo para o povo. Necessitamos de um governo que olhe para as periferias e que enfrente todos os problemas vividos nos dias de hoje”.
O último a falar na noite foi o presidente Lula, que disse: “Nunca ninguém fez tanto para o povo pobre de São Paulo quanto a Marta, quando esteve na prefeitura”. “Se a gente quiser ganhar as eleições, precisamos tê-la de volta ao partido para que seja vice de Boulos, que é uma liderança extraordinária”.
A cerimônia
O evento para a volta de Marta ao PT contou com a presença de cerca de 2 mil pessoas na Casa de Portugal. Muitos apoiadores vestiam camisetas com a cor da sigla (vermelha) e expunham cartazes dando as boas-vindas à ex-prefeita de São Paulo.
Todos as autoridades presentes discursaram. A cerimônia também teve transmissão ao vivo pelo canal da legenda no YouTube.
O evento também contou a presença do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), que cantou “Eu sei que vou te amar”, do Vinícius de Moraes.
Polêmicas de Marta com o PT
Marta foi filiada ao PT durante 30 anos, porém, a sua saída da legenda ficou marcada por uma série de polêmicas. A mais emblemática foi o voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), quando era senadora pelo MDB.
Além disso, ela apoiou Bruno Covas (PSDB) durante as eleições de 2020, contra Guilherme Boulos. O tucano saiu vencedor e governou a cidade de São Paulo até morrer, no dia 16 de maio de 2021 em decorrência de um câncer no sistema digestivo.
Antes disso, no pleito de 2016, Marta criticou Fernando Haddad ao afirmar que ele “foi o pior prefeito que São Paulo já teve”. O petista administrou a maior cidade do País durante os anos de 2013 a 2016.
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