A imagem de Dudu sentado sozinho ao pé da trave do gramado do Allianz Parque após o jogo contra o Bahia, no último domingo, enquanto os reservas realizavam um treino, resumiu a situação que o atacante tem enfrentado no Palmeiras.
Desde que desistiu da transferência para o Cruzeiro, no meio de junho, o ídolo palmeirense vive uma turbulência que parece não ter fim e está cada vez mais isolado no Verdão.
Depois de dar o aceite verbal para a proposta mineira e as diretorias dos dois clubes assinarem o documento, Dudu voltou atrás e decidiu seguir seu caminho no Palmeiras. A presidente Leila Pereira não gostou nada da atitude do jogador, chegou a dizer que o ciclo dele havia chegado ao fim e decidiu negociá-lo na primeira oportunidade que tivesse.
Não demorou muito para isso acontecer. De olho em Gabigol desde o mês passado, o Palmeiras viu a oportunidade de tirá-lo do Flamengo por meio de uma troca. Nos últimos dias, o clube carioca sugeriu nomes - e o Verdão iniciou uma conversa envolvendo o nome de Dudu.
O atacante e seus representantes ficaram incomodados com a sugestão. Mesmo com a negociação sendo considerada muito difícil, o isolamento que o jogador vive neste momento ficou escancarado de vez. Hoje, Dudu é uma moeda de troca.
Caso não saia neste meio do ano, pessoas próximas ao jogador acreditam que haverá uma nova tentativa de venda ou troca no final do ano para qualquer outro clube.
Nem mesmo entre a torcida ele é mais uma unanimidade. Embora mantenha a idolatria por grande parte dos torcedores, alguns ainda não digeriram muito bem o fato de um dos maiores jogadores da história do Palmeiras fazer um acordo verbal com outro clube e quase sair pela porta dos fundos.
O isolamento se estende ao campo: Dudu já percebeu que terá que percorrer um longo caminho para retomar o prestígio com o técnico Abel Ferreira. Desde que voltou da grave lesão no joelho, há cerca de um mês, ele foi para o banco de reservas em sete oportunidades e só entrou em campo três vezes. Em nenhuma jogou mais do que 30 minutos.
Na entrevista coletiva após a vitória contra o Bahia, quando Dudu não saiu do banco mais uma vez, Abel Ferreira explicou que a intensidade do jogo não era a ideal para colocar o atacante.
– Por que o Dudu não entrou hoje? Porque não estava para ele entrar. Contra o Grêmio, naquele campo, se é que posso chamar de campo, ele jogou 20, 25 minutos, e aquele é um campo que gera cansaço. Eu conto com todos os jogadores do Palmeiras, e conto com Dudu – assegurou o treinador.
Por enquanto, na prática, Dudu tem espaço cada vez menor no elenco e deve ver a situação piorar com as chegadas de Felipe Anderson e Mauricio. A única saída seria dar a resposta em campo para curar as cicatrizes que ficaram e retomar seu prestígio com todos no Palmeiras.
Na próxima quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), diante do Atlético-GO, ele vive uma nova expectativa de deixar para trás o fato de ter se tornado moeda de troca e mostrar que ainda pode ser útil ao clube onde ele é um dos maiores campeões.
Fonte/Créditos: Globo Esporte
Créditos (Imagem de capa): Globo Esporte
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