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Luxemburgo cita "cervejinha" pra relaxar elenco do Corinthians e diz: "Futebol não é igreja"

Técnico comenta dificuldades enfrentadas em início no Timão e métodos de trabalho

Luxemburgo cita
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Vanderlei Luxemburgo chegou ao Corinthians em um momento agudo de crise e só conseguiu ganhar em seu oitavo jogo no cargo. Agora, dois meses e meio depois de ser contratado, o treinador vive seu melhor momento nessa terceira passagem pelo clube, com quatro vitórias consecutivas.

Em entrevista exclusiva ao ge, Luxemburgo falou que o maior desafio enfrentado foi controlar a instabilidade emocional dos atletas e revelou alguns de seus métodos para "ganhar" o elenco:

– Identificar, né? Identificar o grupo, as lideranças. Não só no time, mas também dentro do estafe, para eles entenderem que a proposta nunca é na primeira pessoa do singular, "eu sou importante". Não, é sempre na primeira pessoa do plural: "nós somos importantes". Todos, na cozinha, o Alemão que cuida do campo. Quando começa a juntar as pessoas, cria um “nós” muito forte – disse o técnico, que ainda completou:

– Por exemplo, tomar uma cerveja após o jogo, bem natural para relaxar, um vinhozinho, tudo isso faz parte. Então a gente foi conseguindo isso. Eu ria muito quando o Cássio chegou pra mim assim: "Professor, uma cervejinha hoje vai deixar o pessoal leve" (risos). Eu falei: beleza, vamos lá então. A gente está conseguindo.

Luxa também comentou sobre o trabalho com diversos jovens jogadores. Com um elenco enxuto e disputando três competições, o treinador recorreu a garotos das categorias de base, como Gabriel Moscardo, Wesley, Biro, Ryan, Felipe Augusto, entre outros.

– Eu estou aprendendo com essa molecada. É uma relação totalmente diferente, não só profissional, mas também como ser humano. A agressividade do futebol era coisa uns anos atrás, você chegava duro no cara e batia e "vamos!". E o cara respondia, porque era aquele negócio da bola, você falava bola, termos que usa no futebol. Futebol não é igreja, não é coisa de estar num convento, não. Bola é bola! Tem que falar a linguagem da bola – opinou o técnico.

– Hoje essa molecada tem muita proteção. Nós, que éramos praticamente o segundo pai deles, nós ficamos num estágio diferente porque hoje, quando eles têm que recorrer, eles recorrem ao empresário, que na sua grande maioria vê eles como mercadoria, é o grande negócio deles. E as assessorias de imprensa que qualquer coisa ficam: "Ah, o Luxemburgo falou que eu estou c..., que não sei o quê..." Aí vai alguém da assessoria e liga pra alguém da imprensa: "Pô, fulano falou que o Luxemburgo deu um esporro." É uma situação complexa. Isso aqui é futebol, e o futebol não pode perder suas raízes, sua essência.

O Corinthians volta a campo nesse sábado, às 18h30, contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, pela 16ª rodada do Brasileirão.

Mudanças no elenco

 

– Vai depender muito do mercado. Muitas das coisas que poderiam ser feitas... Por exemplo, o Moscardo surgiu do nada. Uma coisa que eu observei aqui, falei: "Vou pro pau com esse moleque." Botei e ele foi, poderia também não dar certo. Eu tinha achado o Paulinho e ficamos naquela coisa ali. O Moscardo já é um jogador que eu não preciso gastar um dinheirão porque já está aí.

– Eu sempre digo que essa coisa é uma coisa muito interna. Se eu falar o nome de um jogador: "Pode chegar, isso e aquilo..." O mercado já mudou 10, 12, 15 milhões, é assim que funciona. Então tem que ter calma. Deixa eu valorizar os nossos aqui pra vender por 20, 30, 40.

Técnicos estrangeiros no Brasil

 

– Não tem problema nenhum de eles estarem trabalhando aqui e eu já fui estrangeiro (trabalhou no Real Madrid, da Espanha). A única coisa que nós temos que prestar atenção é a quantidade de estrangeiros que nós temos no Brasil hoje e onde estão os jovens técnicos brasileiros que a CBF formou e que eles não conseguem ter mercado. A imprensa tem culpa nisso? Tem parte de culpa nisso, porque você não pode a cada rodada e rodada, a notícia é a seguinte: "Perdeu o jogo, vai cair fulano ou vai cair cicrano." Seja brasileiro ou seja estrangeiro: "Vai cair fulano, beltrano, cicrano." Claro que hoje é mais difícil cair estrangeiro que hoje tem mais estrangeiro trabalhando que brasileiro. Minha pergunta é a seguinte: o curso da CBF serviu pra quê?

 

Pós-jogo contra Universitario

 

– Você tem que ter a habilidade de entender o que está acontecendo e atuar com habilidade naquele momento lá. Eu não podia jogar álcool na fogueira lá, eu tinha que baixar a temperatura. O menino (Ryan) fez uma coisa que muita gente já fez. Mas diante da hostilidade que nós estávamos vivendo ali, tá certo, de repente aquilo podia trazer um desconforto maior. Em função do que aconteceu aqui, por causa de uma situação de porrada, de briga, um policial poderia prender alguém nosso. Quando eu fui ali, fui falar: "Meu filho, antes de fazer isso você tem que interpretar o ambiente que você está vivendo."

– Quando eu vou para a entrevista coletiva, eu vou falar espanhol, que foi a maneira que eu... falei algumas palavras-chave, claro que alguns erros eu cometi, que eu não pratico espanhol todo dia, foi pra baixar a temperatura, nós tínhamos terminado um jogo. Agora quando chega dentro do vestiário, eu não execrei o menino, ele não vai deixar de ser corintiano. Aquilo ali naquele momento foi inoportuno e poderia ter trazido um desconforto e uma situação muito grave pra todos nós. Mas ele não vai voltar para os juniores, ele vai ficar com a gente, e eu já falei que o que ele fez já ficou pra trás.

Fonte/Créditos: Globo Esporte

Créditos (Imagem de capa): Globo Esporte

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