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Palmeiras x WTorre: relação estremece em meio a cobranças e debate sobre biometria na arena

Atritos recentes evidenciam tensão na parceria entre clube e construtora responsável pelo Allianz Parque; contrato é válido até novembro de 2044

Palmeiras x WTorre: relação estremece em meio a cobranças e debate sobre biometria na arena
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A relação entre Palmeiras e WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, ganhou ares de tensão nas últimas semanas. Além de divergências sobre a implementação de biometria facial, clube e empresa travam uma disputa por causa de uma cobrança de mais de R$ 127 milhões feita pelo Verdão.

Palmeiras e WTorre costumavam manter diálogo saudável a respeito da operação do Allianz Parque. Os 30 anos da parceria começaram a valer a partir da inauguração da arena, em 2014. O contrato entre o clube e a construtora é válido até novembro de 2044.

Abaixo, o ge ilustra as divergências entre Palmeiras e WTorre que evidenciaram o clima mais tenso na relação nas últimas semanas.

 

Cobrança de R$ 127 milhões

 

Palmeiras cobra da Real Arenas, empresa da WTorre que cuida do Allianz Parque, R$ 127,9 milhões por receitas da arena que não são repassadas desde 2015. Esta dívida é motivo de discussão na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução de título extrajudicial. A empresa contesta o valor cobrado.

Por contrato, o Verdão tem direito a percentuais que crescem ao longo dos 30 anos do acordo com a construtora, referente ao aluguel da arena para shows, exploração de setores, locação de camarotes e cadeiras, além de naming rights (veja abaixo em detalhes).

Desde que o Allianz Parque foi inaugurado, os repasses foram feitos em apenas sete meses: novembro e dezembro de 2014, e de janeiro a junho de 2015 (exceto maio daquele ano).

A partir de então, a WTorre não fez mais os pagamentos previstos, ainda que apresente todo mês um relatório com os valores que teriam de ser transferidos ao Palmeiras.

– A cobrança de cerca de R$ 127 milhões, feita pela SEP na Justiça comum, não corresponde à realidade dos fatos. A Real Arenas está confiante de que, ao fim das disputas existentes entre as partes, a verdade virá à tona. É só uma questão de tempo. Até lá, do nosso lado, a Real Arenas fará tudo o que estiver ao seu alcance para preservar o bom relacionamento na gestão Leila Pereira e atender às demandas do clube, de forma a manter o fundamental ambiente de parceria para que o Allianz Parque continue a ser o estádio que melhor recebe o torcedor no país – disse a Real Arenas, por meio de posicionamento oficial enviado ao ge.

Nos últimos anos, a diretoria do clube e a WTorre vinham tentando um grande acordo, envolvendo todos os temas de divergência na parceria. Por causa disso, o processo na arbitragem estava paralisado e outros assuntos também, como a construção do setor popular no Gol Norte.

 

Imbróglio da biometria facial

 

A discussão mais recente entre Palmeiras e a Real Arenas é em relação ao acesso dos torcedores ao estádio por meio do sistema de reconhecimento facial.

Em uma implementação gradual desde o início do ano, o Palmeiras atingiu 100% de acesso ao estádio em áreas administradas pelo clube com o sistema. A exceção fica por conta de locais comercializados pela construtora, como o programa Passaporte Allianz Parque.

No início desta semana, o Palmeiras informou que passará a adotar a biometria facial em todos os acessos do Allianz Parque, inclusive os que são administrados pela Real Arenas. Vale lembrar que, em dias de jogos, toda a operação da arena é feita pelo Palmeiras.

A WTorre informou que seus clientes "em breve serão contatados para esclarecimentos sobre o novo modelo de acesso e a realização do cadastro", causando desgaste na relação entre a empresa e o clube. O Palmeiras diz que irá exigir o acesso por biometria facial nos setores sob gestão da construtora já no duelo contra o Coritiba, no dia 4 de junho.

A Real Arenas, por sua vez, diz que "não há como acolher o pedido" para este jogo, mas que isso "não significa que se opõe à prática de biometria facial".

– Pelo contrário, explicamos à direção da SEP que já contratamos um fornecedor e que muito em breve o sistema de reconhecimento facial estará pronto para uso. Somos parceiros da SEP no combate ao cambismo. A verdade é que há seis meses temos trabalhado em conjunto e auxiliado o clube no processo de implantação da biometria facial no Allianz Parque com o uso das nossas catracas – disse a empresa.

Caso o acesso não seja de acordo com as normas da biometria facial, os torcedores podem acabar sendo impedidos de entrar no estádio, conforme comunicado do Palmeiras.

– O que nos incomoda é a posição da presidente Leila Pereira de barrar a entrada de 7000 palmeirenses com uma canetada por se recusar a aguardar mais algum tempo para que o sistema permita a melhor experiência possível para todos os torcedores, o que é nossa única e maior preocupação – completou a nota da Real Arenas.

Pessoas próximas ao Palmeiras entendem que a Real Arenas já teve tempo suficiente de se adequar ao novo sistema de reconhecimento facial e que a demora na empresa é uma espécie de retaliação pela cobrança feita pelo Palmeiras a respeito dos repasses que deixaram de ser feitos pela construtora.

E o setor popular?

 

A aproximação da atual gestão do Palmeiras com a WTorre também acelerou a discussão sobre a criação de um setor popular no Allianz Parque, com capacidade para 723 lugares e preços mais acessíveis.

O desejo por ingressos mais baratos é uma antiga reivindicação dos torcedores, desde que o Allianz Parque foi inaugurado, em 2014.

Após assumir a presidência, Leila Pereira tomou a decisão de diminuir os valores em geral. O setor popular também era visto como um dos projetos que a atual gestão gostaria de colocar em prática.

A negociação com a WTorre esfriou, e o projeto acabou parado em meio aos debates sobre outros pontos entre o clube e a construtora.

Outra disputa

 

Em novembro de 2016, o Palmeiras conseguiu uma vitória na Justiça em disputa com a WTorre pela comercialização de assentos no Allianz Parque.

A construtora ficou com o direito de comercializar apenas dez mil assentos do estádio. Antes, a empresa entendia que, por contrato, tinha propriedade de 44 mil lugares no Allianz Parque.

A arbitragem também discutia outros itens do contrato, mas a disputa pelas cadeiras era vista como o principal tema do duelo.

As receitas do Palmeiras pela locação da arena para eventos, além da exploração de áreas como lojas, lanchonetes e estacionamento são de 25% atualmente. As receitas pela locação de cadeiras, camarotes, além do naming rights com a Allianz são de 10% do valor arrecadado.

Fonte/Créditos: Globo Esporte

Créditos (Imagem de capa): Globo Esporte

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